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Revista Eu Amo Caminhão: Projeto leva esperança às famílias do Complexo da Maré



"Quem tem fome, tem pressa", já dizia, na década de 1990, um dos principais nomes engajados no combate à fome e à desigualdade no Brasil, o sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido como Betinho. Agora, em plena pandemia de Covid-19, a situação do brasileiro está mais desesperadora e a palavra fome assombra os mais pobres. Além do recrudescimento do novo coronavírus, convivemos com a alta da inflação, desemprego, valor irrisório do auxílio emergencial, que não garante, sequer, a compra de uma cesta básica, nos levando a figurar na geopolítica da miséria.


Nesse quadro tão desolador, a sorte é que a solidariedade brasileira continua seguindo os passos de Betinho, como por exemplo, o trabalho de Rafael Lima, idealizador da ONG Maré Solidária, criada em 2017 por um grupo de amigos. Casado, pai de um filho, é cria do Complexo da Maré, onde a entidade desenvolve ações em cinco áreas: educação, saúde, cidadania, esporte e moradia:


“Com a pandemia, a palavra fome voltou a assombrar as famílias. Muitas pessoas perderam seus empregos e consequentemente sua renda. E a fome bateu com força nas comunidades. Nas casas em que eu entro, vejo a necessidade de perto, a fome. É uma situação devastadora”, desabafa.


Além da fome, os moradores enfrentam uma questão muito séria. Por ser considerado uma área de risco, há dificuldades na entrega de doações de cestas básicas no Complexo da Maré, o que vem prejudicando cerca de 100 famílias já cadastradas na entidade. Mas, a caridade vem auxiliando, conforme afirma Rafael Lima, acrescentando que contam com o apoio de outros projetos, como o Grupo Coração Solidário, que sempre fornece algumas cestas para a comunidade, destacando também o apoio de Joana D’arck, dona de um salão de cabeleireiros, que uma vez por semana troca serviços por alimentos:


“Tudo começou no ano passado, durante a pandemia, quando tivemos a ideia de trocar serviços por alimentos para formar cestas e ajudar famílias carentes.


Com isso, foi aumentando a procura de pessoas no meu salão por ajuda. Então, faço rifas, peço a amigos fraldas, leites, medicamentos, roupas, sapatos. Ajudo também idosos acamados. Fazemos um trabalho formiguinha. Mas, meu projeto mesmo se chama #belezasolidariasemfronteira. Meu intuito é ajudar outros lugares, como a região Nordeste. Sou cearense e sei como o povo lá e sofrido”, assinala Joana D’arck, uma das voluntárias da ONG Maré Solidária.



Rafael Lima conta que ao longo desses anos, além de auxiliar e receber apoio de iniciativas de amigos de outras regiões, o projeto vem alcançando 326 famílias nas 16 comunidades que integram o Complexo da Maré, com entrega de cadeiras de roda, higiênica, andador, fralda geriátrica, medicamentos, cama hospitalar, cestas básicas, consultas, orientações jurídicas, apoio psicológico.


“Temos uma equipe de 50 voluntários. Não recebemos nada, nenhum valor, fazemos por amor ao próximo, e cada um vem com uma formação diferente: uma psicóloga, outro enfermeiro, um é podólogo, outro é médico. Então, cada um vem com as suas especialidades e profissões para podermos ajudar as famílias. É uma corrente de solidariedade”, revela.


Socorrista voluntário, cuidador de idoso, bombeiro civil, técnico de Segurança do Trabalho e palestrante de primeiros socorros, Rafael Lima conta que a corrente de solidariedade ultrapassa o Complexo da Maré, lembrando da aquisição de uma cadeira de rodas para um morador da região, que o levou a Duque de Caxias. A partir daí, conseguiu fechar uma parceria para manutenção das cadeiras com um amigo, dono de uma serralheria, e outra, com o estofador Seu Carlinhos, que abraçou o projeto e até hoje é voluntário.


Quem quiser e puder colaborar com a ONG Maré Solidária pode entrar em contato através de suas redes sociais:


Instagram (https://www.instagram.com/p/CDCxFwCjnmU/?igshid=1jggv6qrh0u6);


Facebook (https://www.facebook.com/FLUINDOAMOR);


E-mail: (solidariamare@gmail.com),


ou pelo telefone 21-97108-7555.


Fonte: Revista Eu Amo Caminhão


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